Artigo
O Alfa Romeo 1600 GT
Entre os novos carros vindos da Europa, que de um ano para cá tomaram conta de uma certa faixa de nosso mercado, os Alfa Romeos ocupam um lugar de destaque, sobretudo o tipo 1.600 GT, seja pela beleza de suas linhas como pela boa performance do conjunto mecânico.
No Brasil, representa a marca Alfa Romeo a firma Jolly Automóveis Ltda, que participa também de corridas com carros da marca sob a denominação de equipe Jolly-Gancia. Além do modelo 1.600 GT, a Jolly vende também a 1.300 GT, a "Duetto" Spyder 1.600 (conversível) e a Giulia Super 1.600, que é um sedan de 4 portas tamanho médio.
Dentro em breve chegarão novos carros (1968) nesses quatro modelos, mas equipados com motores de 1.750cc.
O Alfa Romeo 1600 GT
TRADIÇÃO E BOM GOSTO
Com linhas tipicamente italianas, despojados de cromados supérfluos, o Alfa Romeo Giulia 1.600 GT é um dos mais belos automóveis já contruídos.
Mesmo sendo um carro de características esportivas, o acesso ao seu interior é bastante fácil Os dois bancos dianteiros são muito confortáveis e possuem regulagem no comprimento e no encosto. Todavia o banco traseiro poderá, quando muito, acomodar duas crianças, servindo mais como pequeno porta-bagagem suplementar.
O painel é de madeira com uma aba protetora na parte superior, forrada. Os instrumentos estão divididos em quatro mostradores redondos, sendo dois maiores para o tacômetro e o velocímetro com hodômetro e os dois menores para a temperatura da água, do óleo e o nível do tanque de combustível.
Existem, ainda três chaves do tipo aviação, colocadas à direita do painel para o comando do limpador de pára-brisa e ventilador elétrico. Os faróis e o pisca-pisca são comandados por alavancas situadas na coluna de direção.
O Alfa Romeo 1600 GT
A 1.600 GT NA ESTRADA
É na estrada que se pode avaliar, realmente, as boas qualidades da 1.600 GT. Sua direção é precisa, obedecendo imediatamente a mais leve solicitação no volante.
A suspensão, independente na dianteira (braços transversais, molas helicoidais e amortecedores telescópicos), e também independente na traseira (molas helicoidais e amortecedores telescópicos), proporciona ótima estabilidade à 1.600 GT, que é neutra nas curvas, notando-se ligeira tendência a sair de frente nas curvas de baixa velocidade quando tomadas mais violentamente.
O câmbio, de 5 marchas sincronizadas, tipo Porsche, é dos mais suaves e ao mesmo tempo preciso. A avalanca seletora das marchas está colocada na parte central do assoalho. Os freios são a disco nas quatro rodas e, mesmo depois do uso fora do normal a que foram submetidos no nosso teste, não notamos diminuição de sua eficiência.
Seu motor de 1.570cc, duplo comando de válvulas na cabeça é alimentado por dois carburadores Weber duplo corpo. Sem ser brutal, o 1.600 GT, entretanto possui aceleração rápida através das marchas, situando-se as marcas por nós registradas num ótimo nível.
A 1.600 GT passou com nota dez em todos os testes a que foi submetida. Seus principais detalhes, tais como porta-malas, faróis, motor e sua agradável linha, são mostrados nesta reportagem.
- Motor
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- Posição
- em linha
- Número de cilindros
- 4 cilindros
- Cilindrada total
- 1.570 cm3
- Diâmetro
- 78 mm
- Curso
- 82 mm
- Potência máxima
- 125HP (SAE)
- Carburação
- 2 carburadores Weber duplo corpo, horizontais
- Freios
- a disco nas quatro rodas
- Câmbio
- 5 marchas à frente e uma à ré
- Peso
- 930 kg
- Desempenho
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- 0 a 050Km - 1ª passagem
- 3 segundos 6/10
- 0 a 050Km - 2ª passagem
- 3 segundos 8/10
- 0 a 100Km - 1ª passagem
- 10 segundos 7/10
- 0 a 100Km - 2ª passagem
- 11 segundos cravados
- Velocidade máxima
- 190 km/h (segundo o fabricante)
Foi usado, nos testes de aceleração, o velocímetro do carro.
- Preço
- NCr$ 38.000,00 (São Paulo)
Reportagem transcrita na íntegra da revista Auto Esporte do ano de 1968, páginas 30 a 33.
por Paulo Proença. Fonte: Revista Auto Esporte. Texto revisado por Eduardo Guerra.